Ahhhhh minhas mini-férias!! Que delícia poder tirá-las.
Na verdade deveria estar descansando, mas não tenho parado em casa.
Quero fazer mil coisas ao mesmo tempo.
Quero ficar mais com meus pais, quero ler meus livros, quero andar pela rua de uma terça-feira onde todos estão trabalhando e só eu não tenho horário pra voltar do almoço. Quero assistir o Vale a Pena Ver de Novo, o Vídeo Show, o documentário do History Channel que só passa as 14h e não tem reprise...
É gostoso e ao mesmo tempo estranho. Sei que daqui a 5 dias estarei na mesma rotina idiota dessas pessoas que engolem suas refeições e voltam para os escritórios para terminar de responder o e-mail de algum cliente chato mas importante, pessoas que passam o dia resolvendo o problema de outras que ganham mais e sabem menos.
Tudo bem, um dia eu chego lá. Quem sabe um dia alguns jovens entenderão mais do que eu sobre algum assunto, mas serei eu quem ganhará mais que eles?
Trabalho com pessoas íntegras, pelo menos com as que devo tratar meus assuntos dentro da empresa. Sou feliz, não posso reclamar. Me estresso muito mas me divirto muito também.
No final do dia estou sempre morta com os olhos cansados de tanto olhar para a tela do computador e é aí que dou boa noite aos porteiros da empresa e sigo rumo ao ponto de ônibus.
Ônibus, sim, eu vou e volto de ônibus.
Às vezes lotado, às vezes se fica de pé com homens nojentos e barrigudos te olhando e te devorando com os olhos. Você pode encontrar um cobrador mal-humorado que nunca vai te responder com delicadeza se o último ponto antes da Paulista é ali mesmo ou só no próximo, como pode encontrar um que te abra um sorriso e te responda com bom gosto.
Muitas vezes niguém que está sentado no assento reservado cede seu lugar para uma senhorinha sentar e é você quem tem que levantar, mesmo estando cansada e sabendo que aquela velhinha talvez só tenha ido até o supermercado comprar macarrão. Mas tudo bem, eu gosto de ser gentil, vou querer que sejam comigo também quando eu estiver na terceira idade.
É, mas é no caminho de volta, dentro desses ônibus lotados ou vazios é que tenho tempo para olhar pela janela e analisar as pessoas que circulam pelas ruas. Tentar adivinhar o que cada um faz da vida e como é a vida de cada um.
Quem é louco? Quem tem cara de bom mas é ruim e cruel? Quem trai seu companheiro ou companheira? Quem é rico e infeliz, ou quem é pobre e ainda sim é feliz? Quem é tarado e finge não ser? Quem é gay e não se assume se casando com uma mulher e até tendo filhos? Quem pensa como eu? Quem analisa como eu?
Tem vezes que narro minha própria vida, em pensamento é claro, senão seria considerada louca. Taí mais uma coisa com que devo me preocupar, com a sociedade. Não posso parecer louca, mas talvez eu até seja um pouco.
Narro minha vida como em um filme. Se estiver com meu mp3 então, escolho umas das minhas músicas de Sigur Ros ou Pinback, daquelas que todo mundo quando ouve diz: "que tipo de música é essa?"
Sim, minhas músicas de meditação, parte da trilha sonora da minha vida.
É o único momento que tenho também para me afundar nos livros que me tiram desse mundo e me levam para um outro cheio de fantasias, tecnologias inimagináveis, personagens de mentes doentias e de histórias arrepiantes.
Me tira da rotina e faz com que me sinta segura nesse mesmo mundo em que vivo, trabalho, estudo, tento conquistar minhas coisas e me tornar uma pessoa melhor...
Mesmo com tanta loucura na cabeça, tantos pensamentos, dúvidas, anseios e receios é só isso que me importa, me tornar alguém melhor.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
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