sábado, 4 de abril de 2009

Pai, Papai. Dad, Meu Dad



Vamos lá. Olha eu aqui de novo!

Tur me disse ontem: "Guima, sinto falta dos seus posts"
Eu respondi: "pois é, muita coisa na cabeça e tempo nenhum pra escrever"

Não, eu ainda não abandonei o blog.
Nesse meio tempo sem escrever, meu pai foi hospitalizado e corria risco de vida.

Fez uma cirurgia complicadinha mas agora já está aqui, do meu lado, lixando a unha com a língua entre os lábios, como faz quando se concentra em algo.
De vez em quando ele dá aquela famosa atentada à televisão, onde passa um documentário no History Channel.

Meu pai ama documentários. E eu amo tudo o que há nele!

Não sei explicar quais as inúmeras sensações que tive quando ele foi internado.

Vi Guim a beira de uma depressão.
Ela não conseguia ir pra academia, não queria trabalhar, estudar e só chorava.

A encontrei diversas vezes com o olhar perdido na parede ou no teto do quarto.

Meu irmão Guime também estava um tanto abatido e por mais que seja o irmão que nunca chora, eu pude perceber nele um certo desespero.

Imaginem nosso pai:

É um cara sensacional, de um coração enorme. Faz tudo para todos com a maior boa vontade do mundo.

Uma boa vontade que jamais percebi em alguém. Jamais!

É justo de uma maneira irritantemente correta.

Digo mais uma vez, ele é meu herói.

Por ser quem ele é! Exemplo de sensatez e caráter. E ainda por cima Deus me deu a chance de ter esse cara como pai.

Posso encontrá-lo todos os dias em casa, sentar e conversar, tomar uma cerveja e papear coisas bobas, rir e abraçar, desababar e chorar.

Durante toda a nossa angústia, disse coisas legais aos meus irmãos, disse que não era nada, que conhecia uma porção de gente que teve esse problema e que saiu numa boa.

De noite, quando abraçava o travesseiro na cama, pensava que ele ia sair dessa e tinha certeza que ele era um homem bom demais para ir embora tão cedo.

Chorei todas as vezes que deixei minha irmã no trabalho.

Chorei na frente do meu micro, chorei dentro do banheiro da empresa, chorei na sacada de casa e chorei todas as noites antes de dormir. Sempre sozinha.

Como ficaria minha irmã se me visse chorar?

Com certeza pensaria: "Mas se ela foi tão forte até agora, porque está chorando como nós? Significa que é grave mesmo!"

Não, eu não poderia deixar.

Quando busquei na internet o problema do meu pai e vi que ele corria risco de vida, procurei desesperadamente por reportagens que relatassem casos de sucesso.

Eu sorria por fora, mas a preocupação que me corroía por dentro estava acabando comigo.

Eu só queria que os dias passassem logo, porque no fundo eu sabia que tudo ficaria bem.

Estou aqui, boba, olhando meu pai que já terminou de lixar as unhas e está dormindo.
Sinto-me como se fosse mãe dele.
Sinto mais carinho. E olha que pensei que todo o amor que sinto pelo meu pai já tivesse transbordado, explodido...

Quero dizer mais uma vez que tudo o que acontece em nossas vidas, acontece sempre por um porquê.
Eu ainda não descobri os motivos desse, mas sei que a felicidade na qual nos encontramos é maravilhosamente nova e deliciosa de se sentir.

Tudo ficará bem! Sempre!

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei Guima!! Eu adoro seu Dad também rsrs nunca conversei com ele a fundo mas sinto mta tranquilidade quando chego perto dele ou ouço ele conversar...

Bjuss

Tur disse...

esqueci de assinar rsrs