quinta-feira, 30 de abril de 2009

Agora?


Eu sou gay....

Ontem estava conversando com Palm, uma amiga que estudou com minha irmã no 5º ano do ensino fundamental e que hoje se tornou minha amiga após um reencontro no bairro onde trabalhamos.

Sabe aquele tipo de pessoa com quem você sai para jantar e não consegue sequer dar uma garfada no bendito prato devido as gargalhadas que não cessam?
Palm me faz tão bem, mas tão bem que tenho medo que ela mude comigo quando eu contar.

No entanto, em alguns happy hours da empresa eu confessei ficar com mulheres para alguns amigos de trabalho e não me arrependi posteriormente de tê-lo feito.
(Mesmo sabendo que contei por estar um pouco alta)

Outro dia Bitten veio me dizer que eu não era bem resolvida porque me escondia. Me deu como exemplo de mulher-gay-bem-resolvida uma amiga dela de faculdade.

Quando conheci tal amiga, percebi o quanto ela precisava provar que era gay e foi aí que tirei uma conclusão sobre meus atos.

A partir do momento que não preciso provar nada à ninguém, já deixo de ser mal resolvida.

Percebi também nessa garota uma indecisão gritante, porém isso não deve ser discutido aqui.

Não é fácil mesmo ser gay, mas na pior das hipóteses ainda tenho o apoio dos meus pais e irmãos. E sei que são sinceros.

Quantas vezes Guim não ouviu minhas reclamações e até mesmo deu conselhos como: "ihhh essa garota tá enrolando demais, pára de ligar pra ela"

É engraçado quando me lembro duas cenas com Guim e vejo o quanto ela evoluiu até onde eu esperava que ela evoluísse no sentido de aceitação.

Me lembro do dia em que contei a Guim que Be não era só uma amiga e sim uma namorada.

A decepção que eu vi em suas expressões se formar é indescritível.

Hoje ela até mesmo palpita e diz com qual garota acha que vou ser mais feliz.
Quando estou solteira, me conforta dizendo que vou encontrar alguém legal em pouco tempo.

O mesmo posso dizer de meu pai, que pensou que tudo era apenas uma fase.

Já nos sentamos para bebericar e conversar sobre meus relacionamentos algumas vezes.
Seus conselhos são ótimos e indispensáveis e em todos esses momentos eu sempre me emociono quando vejo o grande amor que ele tem por mim como pai.

Eu quero encontrar alguém sim, sempre quis. Sei que esse desejo cresce dentro de mim a cada dia, porém, não é a hora nem o momento.

Não tenho tempo para pensar em ter que ter tempo para alguém.

Quero que seja natural e que isso não me faça pensar e matutar demais sobre "como será nosso dia amanhã?"

Não quero mais viver esse tipo de preocupação. É desgastante.

Preciso de envolvimento.
Quero admirar e desejar como há muito não desejo, não admiro e não me envolvo.

Mas não agora, não agora...

domingo, 26 de abril de 2009

Mentiras e Enganos


Em algumas ocasiões em que eu disse a verdade, fui considerada cruel, fria e sem sentimentos...

Hoje aprendi que as devo dizer de forma reduzida e em capítulos a medida que as situações me favorecerem espaço para elas.

Mesmo assim, para se dizer qualquer verdade, é necessário conhecer muito bem a pessoa para quem você decidiu despejar a realidade. Caso contrário, poderá até mesmo destruir laços de anos de "amizade".

Depois da minha primeira namorada, passei a aceitar melhor qualquer verdade a meu respeito, ela me ensinou muito bem.
Porém, ainda quero e acredito que tais verdades devam ser ditas de forma aveludada.
É aí que percebo o quanto não evoluí nem metade do que pretendia no meu exercício de auto-aceitação.

Engano com as pessoas.

A pior mentira que se pode viver.

É fácil aceitar que uma situação que lhe parecia uma coisa se transforme em outra.
É fácil aceitar que o vidro azul é na verdade verde.
É fácil aceitar que a prometida viagem não vai acontecer.

Criam-se revoltas com determinadas situações, mas logo elas passam e deixam de ter grande significado.

O que tem sido difícil para mim e acredito que para a maioria das pessoas, é lidar com os enganos com outras pessoas.

Embora se cresça muito com eles, eles nunca serão bem recebidos ou até mesmo bem resolvidos.

Costumo dizer que quando somos boas pessoas, não acreditamos que alguém possa ser ruim.
A maldade não existe na nossa realidade, portanto, porque existiria na dos outros?

A cada dia que passa, me deparo com seres humanos que agem de formas estranhas para manipular estrategicamente diversas situações.

Como todos sabemos, mentira tem perna curta.

Quando descobrimos certas verdades sobre alguém, todo o encanto natural da pessoa se perde.

Eu sempre quero entender e achar uma razão para todas as situações como essas.

Na maior parte das vezes, me deparo com a Sra Compreensão.
(Eu e meu erro em manter amizade com essa Sra)

Reflito sobre suas mentiras e sempre acho razão em todas elas, mas você jamais voltará a significar o que significou no início para mim.

O meu aviso é um só e ele é dado logo de início.

De forma direta em uma conversa ou de forma indireta em momentos que passo contigo. Mas não é difícil perceber o quanto a verdade é importante para mim e o quanto a remenda da mentira tentando se camuflar de verdade me enoja!

Hoje desabafei a Guim um assunto com o qual ainda me incomodo e disse a ela que quase fiz uma ofensa grotesca à pessoa causadora da situação.
Confessei que tive que conter as palavras e pensar duas vezes antes de dizer qualquer coisa.

Talvez se dissesse, daria abertura a um discussão que me faria entender o que a Sra Compreensão no seu maior esforço ainda não conseguiu me explicar.

No entanto, acho a solução e passo a fazer a minha seleção natural:

Agrega? Fique.
Não agrega? Vá embora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um Pouco Do Que Você Pensa Que Sabe a Meu Respeito



Há pouco me encontrei rapidamente com o Sr. Orgasmo.
Quando ele partiu, me lembrei que não contei sobre meu encontro com ele na terça-feira à noite e consequentemente me lembrei também do quanto se tornou estranho publicar um post.

No início, quando o criei, pensei que não pudesse existir nada melhor que um blog para desaguar toda a inspiração que não podia conter.

Lembrei me do quanto sou assumida e lembrei-me do quanto sou cautelosa para com a sociedade e para com a minha família, portanto pensei até mesmo em proteger a identidade dos meus queridos dando-lhes nomes fictícios.
Tudo isso para que eu pudesse me sentir livre para escrever o que me viesse à cabeça.

Foi por conta do primeiro texto, do qual já havia escrito em outubro e que só publiquei em dezembro, que esse blog existe até hoje. Miq foi minha grande e primeira inspiração.

Lembro-me de estar tão orgulhosa por ter conseguido pela primeira vez transferir em palavras um terço de todo o sentimento que em mim transbordava, que contei sobre o blog para meus pais e meus irmãos.

Imagino que se meu pai acompanha e se interessa pelo meu blog, talvez ele não esteja nem um pouco feliz com o que tem descoberto da filha pelos textos que ela escreve.

Hoje fui repreendida quando cheguei do trabalho e informei que não poderia comparecer a um compromisso no sábado de manhã porque na sexta-feira a noite dormiria com Ness.
Tive que ouvir meus pais dizerem que meus relacionamentos não duravam por conta da rapidez com que transava com minhas parceiras.

Expliquei que no meu mundo as coisas eram diferentes.
Não só no meu, mas no mundo gay particular de muito homossexual.

Eu não sou promíscua.
Apenas vejo o sexo como a extensão do prazer de se estar com alguém.
Quero não só transar com Ness, mas quero depois disso poder sentir seu cheiro, beijar seus lábios sem pressa e bater um bom papo até cair no sono. Assim, sem pressa...

Dentro de mim existe muito sentimento.

Eu não trato uma mulher como um objeto, afinal sou uma e também quero ser tratada bem.

Acho delicioso o momento em que deitamos juntas, olhamos uma para a outra e enfim conversamos.

Conversar depois da transa.
Assim como por exemplo, adoro fumar um cigarro durante um bom papo na casa de Barea ,mesmo sabendo que ela não fuma e não gosta do cheiro.

Certas coisas não são completas se você despedaçá-las.

É como vestir um blusa sem sutien quando se tem seios grandes. É desconfortável e não é nada legal.
É como usar uma bolsa ou mochila sem zíperes e sem fechos. Você se incomoda pois a qualquer momento alguém pode roubar teus pertences.

Não sei explicar o que definitivamente significa, mas simplesmente significa muito para mim.

Quanto mais eu souber de você, melhor para mim. Quanto mais você souber de mim, melhor para você e ainda sim para mim.
Melhor para a nossa relação.

Quando termino de transar e estou abraçada e ao mesmo tempo conversando com minha parceira, acontece o que eu nomeei tempos atrás de auto-conhecimento-Guima.
A cada transa e a cada conversa pós-transa eu sempre me conheço um pouco mais.

É só no final dela, quando de nossos poros ainda saem gotas de suor e quando ainda ofegamos e tentamos respirar um ar mais puro que posso me sentir um pouco mais próxima à minha amante.

É fácil dizer e falar de promiscuidade, mas você já parou pra pensar no que é?
Qual o seu conceito de promiscuidade?

Já seguiu o tal considerado "promíscuo" e o assistiu transar e beijar?
Já soube como ele leva aquilo a sério?

Talvez você ainda pense que sou promíscua, sem sentimentos.
Talvez você ainda pense que não vivo sem sexo.
E talvez você ainda pense que o que eu disse não faz o menor sentido.

Será que você não tem se escondido?


Irritantemente Irritante!



Hoje como faço todos os dias, fui à academia com Guim.

Me acabei na corrida na esteira para poder detonar todas as calorias que adquiri ontem enquanto tomava cerveja e comia batatas fritas com Ness.

Subi no ônibus e como não avistei nenhum velhinho, aleijado, grávida e mulher com criança de colo, sentei no único banco preferencial vago e comecei a ler meu livro.

Em um momento, quando levanto os olhos, dou de cara com uma "senhora".
Senhora entre aspas mesmo porque ela não tinha muito mais do que a idade da minha mãe.

Levantei, olhei para a garota do meu lado que de repente caiu em um sono profundo inacreditável. Até babar ela poderia ter babado para ficar mais real. Deveria ter dado esse conselho a ela.

Carreguei minha mochila, minha bolsa e meu casaco pesado e os apoiei para ficar menos desconfortável em pé.

A minha revolta maior não foi a de ter dado lugar à moça enquanto outros marmanjões fingiam dormir, o que me revoltou foi que ela me pediu para levantar, como se eu estivesse fingindo não a ver ali.

E na verdade eu estava mesmo distraída, profundamente concentrada no meu livro.

E se a tivesse visto antes, teria levantado sem que ela precissasse pedir.

Tenho raiva de certas coisas.

Gostaria de ter direito a fazer algumas coisas sem me preocupar com repreensões e com a vida politicamente correta que temos que viver.

Como eu gostaria de poder dar um tapa na cabeça de marmanjões de 28 anos com músculos maiores que suas próprias cabeças que fingem dormir no assento preferencial.

Como eu queria pegar pelos cabelos aqueles idiotas que ouvem Funk pela manhã em seus carros que mereceriam uma edição no Lata Velha do Luciano Huck.

Como eu gostaria de poder atropelar "de leve" crentes que ficam pregando no último volume que suas vozes podem aguentar, suas orações a Jesus.

Às vezes jogar um grampeador seria bom também, ou mesmo meu monitor pela janela quando o sistema demora a funcionar.

Serei mal julgada se continuar...Melhor parar...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Assim...Sei Lá!


O meus "sei lá" desse post significam exatamente um sei lá!

"Sei lá". Só se saberá quando estiver lá!

Lá onde?? Sei lá!

Não sei o que está acontecendo comigo que demoro tanto a escrever.

Sei lá o que está acontecendo comigo que já sinto saudade de todo mundo e dou valor a cada passo que dou ao chão e a cada gesto que um amigo leva à mim.

Sei lá o que acontece.

Eu nunca dei tanto valor às pequenas coisas.

Ainda estou encanada com a frase: "não gosto de dividir comida" de uma amiga que não quis me dar alguns chocolates que eu tinha dado a ela no dia anterior.

Ainda estou pensando no quanto Laeni merece ser feliz por ter encontrado o homem que ela encontrou.

Ainda penso em Grela e em tudo o que vou aprender com o susto que ela nos deu.

Ainda penso nos apuros com meu pai e não consigo mais deixar de dizer que o amo e dar um beijo e um abraço nele.

Eu não encontro mais o Senhor Orgasmo já tem umas 2 semanas.

Simplesmente disse a ele que não estava afim de vê-lo durante um tempo.

Ele me entendeu, como sempre.

Tive três pretendentes esse fim de semana e dispensei todas as três desde a sexta até o dia de ontem, segunda à noite.

Preferi estar com meus amigos na sexta, no sábado, no domingo e na segunda.

Hoje vou encontrar a garota mais engraçada e sociável que já conheci na minha vida.

Sexta foi quando a conheci, e domingo foi quando a beijei.

Sei lá o que vai rolar, mas não estou preocupada, afinal, não posso me envolver.

E eu continuo no sei lá, sei lá o que vai ser de hoje e sei lá o que vai ser amanhã....Sei lá!!!
Não sei e não me pergunte, não me pressione e não me cobre...

Eu não sei o que fazer comigo....

terça-feira, 14 de abril de 2009

Homens, Mulheres e Gays



Essa noite sonhei eu e Guim fazíamos academia em um lugar pequeno e sujo e para ir ao banheiro, precisávamos descer uma escada estreita, extremamente estreita.

Lá embaixo, depois de descer as escadas, eu me encontrava em um galpão enorme e vazio e não via banheiro algum.

Começo a andar e passo por alguns casais fazendo sexo.
Fico um pouco horrorizada.
Depois encontro duas garotas "discutindo a relação".
E mais a frente, dois homens transando.

Acordei hoje pensando que alguns sonhos simplesmente podem não significar nada mesmo, mas nos fazem pensar a respeito e evoluir em algumas idéias. Ou não.

A gente sempre fica na neurose de descobrir na internet o que significa aquele galpão, ou aquelas pessoas mal encaradas, ou aquelas cenas de sexo quando temos um sonho como esse.

Ontem peguei uma baita chuva para chegar ao banco pra sacar dinheiro e continuei me ensopando até poder chegar à academia e pagar as mensalidades (minha e de Guim).

Chegando lá, enquanto eu esperava a boa vontade da rececpcionista de me atender, fiquei vendo o grande número de pessoas que habitam aquele lugar na parte da noite.

Olhei cada forçudinho idiota e cada senhorinha tentando manter a forma.

Não consegui deixar de reparar também nas gordinhas tentando emagrecer.

Elas mais olhavam para os forçudinhos do que faziam exercícios. Foi engraçado perceber.

Às vezes fico olhando para as pessoas da academia e tento adivinhar qual delas é gay e qual delas já teve alguma relação homossexual, mas só ontem parei para analisar a diferença entre os homens, as mulheres e os gays.

Você já parou para pensar em como os homens héteros são idiotas?
Especialmente os que estão na faixa dos 20?

Eu sou muito amiga de muitos homens héteros e posso perceber nitidamente a cada encontro, a maneira como eles precisam se auto afirmar diante de outros homens idiotas como eles.

Um dia em um bar, um desses meus amigos chega até a gente abraçado a uma nova garota que ele pegou em alguma balada que tinha feito no fim de semana anterior.

Ela chega a mesa dizendo:

"Oooooooooiiii"

Ótima tática.

Eu percebo e meus outros amigos também percebem, que ela é bem judiadinha. Não é feia, mas não tem nada que chame atenção.

Todo mundo releva, pois ela é sensacionalmente engraçada e divertida e afinal, é isso que importa não é mesmo?

Passado alguns dias, esse amigo nos reencontra todo feliz pela apresentação bem sucedida de sua garota ao seu círculo de amigos.

A garota não o acompanha dessa vez, pois teve que comparecer a um dos mega eventos que sua família promove entre eles.

Algumas horas se passam e esse amigo começa uma discussão besta com um outro amigo nosso.

A discussão se desenrola de tal maneira que algo do tipo sai:

"E aquela sua namoradinha horrorosa? Ah vai seu bundão! Só pega mina feia!"

Depois de alguns dias, adivinhe só se nós voltamos a vê-los juntos?
Obviamente que não.

O contrário aconteceria se a periguete fosse maravilhosa e gostosa.
Aí seria bemmmmm diferente.

No momento em que a gostosa lhe desse um belo pé na bunda, o rapaz choraria e diria que ela é a mulher da vida dele, que ele não pode viver sem ela e que vai se matar.

É engraçado né?

Talvez isso faça com que eu fique ainda mais distante deles e só queira ser amiga mesmo.

Já as mulheres, dependendo de que idade tiverem, gostam mais de um homem maduro, mais velho, que faça exatamente o contrário da situação acima.

Os gays trocam de parceiros como trocam de cueca e calcinha.
Eu sou gay e sei que também faço isso.

Toda vez que um gay encontra alguém, ele acha que vai ser legal, que vai durar e etc.
Só que quando você acorda no dia seguinte, tudo já acabou.

Chega uma hora que você já está tão habituado aquilo tudo que não dá nem tempo de sofrer. Logo outra pessoa aparece para no instante seguinte, sair da sua vida exatamente como a última pessoa fez. E assim as coisas vão acontecendo e cada qual amadurece à sua maneira.

Gays, homens e mulheres.

Você não pode e nem deve querer encontrar tudo em um lugar só ou em uma pessoa só.
Sempre faltará alguma coisa.

Aceite, vai ser sempre assim e só assim vai ser bom por ser justamente desse jeito. Cheio de graça.

Tem graça coisas perfeitas? Não, não tem.

Em questão de relacionamento, eu definitivamente amo meus amigos gays!
Eles me entendem mais do que minhas próprias amigas héteros, que são mulheres como eu, mas que já percebi serem menos sexuadas.

Talvez isso seja uma necessidade dos gays. Sexo, sexo e sexo!

Eu gosto dos meus amigos homens, porque entendem perfeitamente toda a graça que eu vejo em uma mulher e até me apontam alguma loira bonita quando vêem na rua.
É gostoso ter com quem dividir esse tipo de coisa.

Não posso falar das mulheres porque elas simplesmente são tudo pra mim!
Fantásticas, me fascinam!
Especialmente mulheres inteligentes, mais velhas e independentes.

Acham que eu gostaria de ser hétero?
Nãoooo!
Nem se meus pais não soubessem, eu amo amar as mulheres.
Amos seus corpos, seus olhares, seus cheiros e seus toques.

Aposto que você, lésbica, concorda comigo!

Abaixo, uma piadinha do Jô com relação a diferença entre os homens, as mulheres e os gays.
Existem apenas algumas meias-verdades.

domingo, 12 de abril de 2009

A Páscoa...


Hoje é Páscoa.
Dia em que vamos comer muitos bombons, chocolates e besteiras.
Amanhã é o dia em que vamos querer nos matar na academia para poder detonar pelo menos um terço de todas as calorias adquiridas no dia de hoje.

O que me irrita em datas assim é que toda a família se reuni por simplesmente se reunir.
Guim entrou no quarto e me disse: "A família do meu namorado é mais legal"
E eu não duvido que seja.

Meu primo se casou com uma mulherzinha que eu, Guim e minha outra prima que mora em Brasília não suportamos desde o primeiro dia em que ela nos foi apresentada.

Essa podemos chamar realmente de purgantezinha.
Minha prima, irmã desse meu primo, se casou e teve uma filha com um cara que é até bacana, mas que nunca a acompanha nessas reuniões.

E eu vivo reclamando disso pra minha mãe:
"Mãe, nossa família se desuniu de uma maneira tão irritante e desnecessária"

Só que quando eles vem, eu não quero olhá-los e ver o quanto estamos todos fazendo média uns com os outros.

É aí que me isolo e fico pensando sobre tudo isso.

E aí eles vão embora e eu me sinto aliviada.

Fico sozinha só com meus irmãos e meus pais. Pessoas que amo e que me amam de verdade.
Pessoas que posso abraçar e ser abraçada sem nenhuma mentira pra sustentar.

Pessoas que olho, admiro e desejo tudo de bom do fundo do meu coração.
Essa é minha família, só essa.

Eu gosto da minha vó também. Gosto bastante dela.
Sempre aperto suas bochechas como se eu fosse sua tia.
Eu a amo. Ela tem o jeitinho que toda avó deve ter. Um jeitinho fofo!

Eu aperto a bundinha dela, aperto seus braços e a abraço quando bem entendo.
Faço isso porque gosto dela de verdade e não quero que ela se vá nunca. Nunca.

Tenho orgulho da forma como ela vive a vida dela fazendo academia, natação, caminhadas e etc.
Tenho orgulho do quanto sua memória é ótima e do quanto ela se importa em lhe dar os parabéns por qualquer feitio seu.

Detesto ter q fazer média e detesto quando a minha família, que já não considero mais família vem fazer....

É, eu sei que hoje eu não vim dizer nada de bom...foi mais um desabafo...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Minha Quase Rebeldia


Cada dia que passa levo mais tempo entre um post e outro.

A minha falta de vontade de escrever, vem da percepção de não poder ser 100% sincera.

Anseio pela exclusão desse blog a cada dia que quero escrever e me vejo segurar os dedos e os pensamentos.

Minha preocupação em não ferir ao próximo tem sido tão grande que acabo ferindo de outro jeito em uma maneira inconsciente.

Defendo um e julgo outro ao mesmo tempo que deveria permanecer neutra.

Ontem, em um bar, admirei Barea por algo que ela me contou que também percebo em Guim.

Algo do qual nunca fui capaz de fazer.

Minha preocupação e a minha maldita "política da boa vizinhança" me ferram em várias áreas.

Pequenas, mas significantes áreas.

Certo tempo depois eu aprendo a driblar, como sempre acontece. Você sempre deve aprender a sair de tais situações.

Ainda sim continua complicado e eu continuo pensando a respeito.

Ontem eu disse a Barea que a coisa mais fantástica que existe no ser humano é o ato de pensar e saber que ninguém jamais será capaz de vasculhar seus próprios pensamentos e descobrir o que realmente se passa na sua cabeça e o que você realmente é.

Às vezes fico pensando que se pudessem ler minha mente, eu seria julgada como uma total filha da puta.

Eu tenho sentimentos estranhos. Às vezes eu odeio a atitude de alguém e de repente, no dia seguinte, trato esse alguém como se nem o tivesse visto ter tal atitude, porque de fato não vou lembrar de tudo o que aconteceu. E o pior é que é natural.

Percebi que a academia tem me feito um bem enorme.

Corri hoje na esteira e parece que vários sentimentos de revolta que estavam para explodir se desmancharam e ficaram ali, debaixo dos meus pés, para serem pisados.

Olhei na segunda-feira um depoimento mal-criado de Miq no meu orkut devido a um mal entendido entre eu ter conhecido uma pessoa que conhecia sua ex e meu primeiro pensamento foi:

"Miq, vá para puta que te pariu!"

Que se foda Miq e os problemas emocionais dela.

É, foi isso que eu senti.

Instantes depois pensei que pudesse ser ruim pensar em tais palavras. Mas logo vi o grande passo que esse depoimento me fez dar. A reação que ele me causou.

Foi então que matei Miq.

Segunda-feira Miq morreu porque sábado eu descobri um novo sentimento em mim que fez com que Miq morresse.

Miq foi estrangulada, sem dó, sem piedade, sem que eu pudesse pensar no que ela me fez de bom.

Foi morta por todo o mal que me fez sentir.

E todo o bem que ela fizera, era tão pouco que eu não consegui me lembrar.

E aí começo a ver as cenas e rio delas. Rio com vontade.

Lembro da minha cara de idiota e dos meus sentimentos idiotas.

Lembro do quanto ela me usou e o quanto ela foi boa e me fez sentir coisas que ninguém jamais me fez sentir.

E é aí que eu choro.

Quando penso em todos os bons momentos, o bom sexo, os bons desejos e os sinceros afetos.
Choro porque matei Miq e eu não queria ter PRECISADO matá-la, mas matei e agora ela se foi....

E eu a joguei para fora do meu paraíso...

Fico pensando que talvez consigamos fazer tudo ficar bem. Talvez...

Eu e ela, ela e outras pessoas, as outras pessoas em minha vida, a minha vida e tudo o que o que ela pode me trazer...

Mas talvez não seja como o esperado, e nada corresponda as expectativas.
É aí então que você para de se importar tanto com o amanhã. Porque você sabe o quanto ele é incerto.

sábado, 4 de abril de 2009

Pai, Papai. Dad, Meu Dad



Vamos lá. Olha eu aqui de novo!

Tur me disse ontem: "Guima, sinto falta dos seus posts"
Eu respondi: "pois é, muita coisa na cabeça e tempo nenhum pra escrever"

Não, eu ainda não abandonei o blog.
Nesse meio tempo sem escrever, meu pai foi hospitalizado e corria risco de vida.

Fez uma cirurgia complicadinha mas agora já está aqui, do meu lado, lixando a unha com a língua entre os lábios, como faz quando se concentra em algo.
De vez em quando ele dá aquela famosa atentada à televisão, onde passa um documentário no History Channel.

Meu pai ama documentários. E eu amo tudo o que há nele!

Não sei explicar quais as inúmeras sensações que tive quando ele foi internado.

Vi Guim a beira de uma depressão.
Ela não conseguia ir pra academia, não queria trabalhar, estudar e só chorava.

A encontrei diversas vezes com o olhar perdido na parede ou no teto do quarto.

Meu irmão Guime também estava um tanto abatido e por mais que seja o irmão que nunca chora, eu pude perceber nele um certo desespero.

Imaginem nosso pai:

É um cara sensacional, de um coração enorme. Faz tudo para todos com a maior boa vontade do mundo.

Uma boa vontade que jamais percebi em alguém. Jamais!

É justo de uma maneira irritantemente correta.

Digo mais uma vez, ele é meu herói.

Por ser quem ele é! Exemplo de sensatez e caráter. E ainda por cima Deus me deu a chance de ter esse cara como pai.

Posso encontrá-lo todos os dias em casa, sentar e conversar, tomar uma cerveja e papear coisas bobas, rir e abraçar, desababar e chorar.

Durante toda a nossa angústia, disse coisas legais aos meus irmãos, disse que não era nada, que conhecia uma porção de gente que teve esse problema e que saiu numa boa.

De noite, quando abraçava o travesseiro na cama, pensava que ele ia sair dessa e tinha certeza que ele era um homem bom demais para ir embora tão cedo.

Chorei todas as vezes que deixei minha irmã no trabalho.

Chorei na frente do meu micro, chorei dentro do banheiro da empresa, chorei na sacada de casa e chorei todas as noites antes de dormir. Sempre sozinha.

Como ficaria minha irmã se me visse chorar?

Com certeza pensaria: "Mas se ela foi tão forte até agora, porque está chorando como nós? Significa que é grave mesmo!"

Não, eu não poderia deixar.

Quando busquei na internet o problema do meu pai e vi que ele corria risco de vida, procurei desesperadamente por reportagens que relatassem casos de sucesso.

Eu sorria por fora, mas a preocupação que me corroía por dentro estava acabando comigo.

Eu só queria que os dias passassem logo, porque no fundo eu sabia que tudo ficaria bem.

Estou aqui, boba, olhando meu pai que já terminou de lixar as unhas e está dormindo.
Sinto-me como se fosse mãe dele.
Sinto mais carinho. E olha que pensei que todo o amor que sinto pelo meu pai já tivesse transbordado, explodido...

Quero dizer mais uma vez que tudo o que acontece em nossas vidas, acontece sempre por um porquê.
Eu ainda não descobri os motivos desse, mas sei que a felicidade na qual nos encontramos é maravilhosamente nova e deliciosa de se sentir.

Tudo ficará bem! Sempre!